Mundo ainda levará mais de 25 anos de pesquisa para substituir petróleo

O pré-sal tem uma importância estratégica muito grande para o Brasil e para todos os países desenvolvidos. Quem não cansa de repetir essa afirmação é o presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras e vice-presidente do Clube de Engenharia, Fernando Siqueira, ao mesmo tempo em que critica os países desenvolvidos que, de forma pouco responsável, calcaram o seu desenvolvimento neste produto de altíssima eficiência energética e fundamental na indústria petroquímica. “Ele é matéria prima para mais de 3.000 produtos, como: remédios, fertilizantes, plásticos em geral, ou seja, mais de 80% dos produtos que usamos no dia a dia têm sua origem no petróleo”. 

Para a economia mundial substituir todas essas funções, explica, são necessários mais de 25 anos de intensas pesquisas e altos investimentos. “O mundo desenvolvido está muito atrasado nessas atividades. Por outro lado, os especialistas sérios e independentes têm mostrado que estamos atingindo o pico de produção mundial, no entorno de 2010. A curva de produção (oferta) mostra um pico em 2010 (82 milhões de barris por dia) e, já em 2020, a produção cai para 60.000 barris/dia e, dez anos depois, em 2030, chega a 30 milhões de barris/dia”.

Como EUA, Europa e Ásia, bem como o cartel internacional do petróleo, não têm reservas para sustentar suas demandas, eles estão numa enorme insegurança energética. “E o Brasil descobriu uma província petrolífera gigantesca, que pode conter de 50 a 340 bilhões de barris. Só com Tupi, Carioca, Iara, Guará, Libra e a área das baleias já perfuradas e com testes de curta duração, já se têm reservas superiores a 30 bilhões de barris. Falta ainda perfurar os 41 blocos que o governo retirou do nono leilão”.

Quando o governo Lula viu a magnitude da descoberta, lembra Siqueira, corretamente retirou os 41 blocos do pré-sal do nono leilão e nomeou um Grupo de Trabalho interministerial para rever a legislação. Depois de um ano e meio de estudos, o GT apresentou quatro projetos de lei para corrigir a legislação atual.

“Simulações que fizemos mostram que a União sai da condição de entregar 100% do petróleo para quem produz, para uma condição de proprietária do produto, remunerando as despesas de produção em petróleo, ou seja, ela fica com mais de 60% do petróleo produzido. Além disto, a Petrobras foi designada operadora de todos os campos, o que, além de aumentar a compra de serviços e equipamentos no País – gerando empregos de qualidade e tecnologia – controla a atividade que mais propícia a fraude no mundo: a medição do petróleo produzido”.

Autor: Porto Gente